Roteiro Homilético 11: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
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A Liturgia da
Palavra continua a nos interpelar a respeito da nossa relação com os bens
materiais, levando-nos a pensar como administramos, utilizamos e partilhamos os
bens deste mundo, perante Lázaro (Lc 16,19-31). Ele, que era “pobre” e “cheio
de feridas”, representa inúmeras pessoas que sofrem, sem receber atenção,
especialmente os que padecem em meio à miséria e à enfermidade. O profeta Amós
denuncia uma triste realidade que perdura em nossos dias: os que viviam no luxo
e não se preocupavam com os sofrimentos dos pobres (Am 6,1-7). Lázaro continua
“no chão” à espera de quem o levante; ele permanece à nossa “porta”,
interpelando especialmente quem “se veste com roupas finas e elegantes e faz
festas esplêndidas”. Neste Ano Santo somos chamados a enxergar Lázaro com olhos
misericordiosos, sendo solidários com os pobres e sofredores, praticando as
obras de misericórdia. O que temos feito por Lázaro?
Os discípulos
de Cristo devem testemunhar o amor ao próximo em ações concretas de compaixão e
partilha. Por isso, procure realizar ao menos uma obra de misericórdia, por
iniciativa pessoal e espontânea, mas sempre que possível, também em família.
Ajude a sua comunidade paroquial a realizar ao menos uma obra de misericórdia
comunitária. Experimente a alegria de ser misericordioso como o Pai para
alcançar a misericórdia.
“É o meu vivo
desejo que o povo cristão reflita durante o Jubileu sobre as obras de
misericórdia corporais e espirituais”, escreveu o Papa Francisco.
“Redescubramos as obras de misericórdia corporal: dar de comer a aos famintos,
dar de beber aos sedentes, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar
assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não
esqueçamos as obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos,
ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as
ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e
defuntos” (Misericordiae Vultus, n. 15).
A parábola de
Jesus, narrada por Lucas, se conclui com a referência aos cinco irmãos que
necessitavam ser advertidos para mudar de vida, a fim de não terem o triste fim
daquele homem insensível aos sofrimentos de Lázaro. “Eles têm Moisés e os
Profetas; que os escutem!” (Lc 16,9). Nós também temos, hoje, a Palavra de Deus
proclamada pela Igreja. Basta escutá-la! Neste domingo em que celebramos o Dia
da Bíblia é importante refletir sobre como temos vivido este mês, considerando
as nossas atitudes diante da Palavra de Deus. Qual é o tempo que temos dedicado
à leitura e meditação da Bíblia? Como está a nossa escuta e vivência da Palavra
de Deus?