26º Domingo do Tempo Comum, Ano C 11

Roteiro Homilético 11: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
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A Liturgia da Palavra continua a nos interpelar a respeito da nossa relação com os bens materiais, levando-nos a pensar como administramos, utilizamos e partilhamos os bens deste mundo, perante Lázaro (Lc 16,19-31). Ele, que era “pobre” e “cheio de feridas”, representa inúmeras pessoas que sofrem, sem receber atenção, especialmente os que padecem em meio à miséria e à enfermidade. O profeta Amós denuncia uma triste realidade que perdura em nossos dias: os que viviam no luxo e não se preocupavam com os sofrimentos dos pobres (Am 6,1-7). Lázaro continua “no chão” à espera de quem o levante; ele permanece à nossa “porta”, interpelando especialmente quem “se veste com roupas finas e elegantes e faz festas esplêndidas”. Neste Ano Santo somos chamados a enxergar Lázaro com olhos misericordiosos, sendo solidários com os pobres e sofredores, praticando as obras de misericórdia. O que temos feito por Lázaro? 

Os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor ao próximo em ações concretas de compaixão e partilha. Por isso, procure realizar ao menos uma obra de misericórdia, por iniciativa pessoal e espontânea, mas sempre que possível, também em família. Ajude a sua comunidade paroquial a realizar ao menos uma obra de misericórdia comunitária. Experimente a alegria de ser misericordioso como o Pai para alcançar a misericórdia.

“É o meu vivo desejo que o povo cristão reflita durante o Jubileu sobre as obras de misericórdia corporais e espirituais”, escreveu o Papa Francisco. “Redescubramos as obras de misericórdia corporal: dar de comer a aos famintos, dar de beber aos sedentes, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos” (Misericordiae Vultus, n. 15).

A parábola de Jesus, narrada por Lucas, se conclui com a referência aos cinco irmãos que necessitavam ser advertidos para mudar de vida, a fim de não terem o triste fim daquele homem insensível aos sofrimentos de Lázaro. “Eles têm Moisés e os Profetas; que os escutem!” (Lc 16,9). Nós também temos, hoje, a Palavra de Deus proclamada pela Igreja. Basta escutá-la! Neste domingo em que celebramos o Dia da Bíblia é importante refletir sobre como temos vivido este mês, considerando as nossas atitudes diante da Palavra de Deus. Qual é o tempo que temos dedicado à leitura e meditação da Bíblia? Como está a nossa escuta e vivência da Palavra de Deus?