Roteiro Homilético 10: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
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+ Sergio da
Rocha
Arcebispo de
Brasília
Nós temos
muito a aprender com os dez leprosos (Evangelho) e o sírio Naamã (Primeira
Leitura). Além da enfermidade, ao menos dois deles, eram estrangeiros,
condições que tornavam vida sofrida demais. O leproso era considerado impuro,
obrigado a viver isolado, fora da cidade, mantendo sempre distância das
pessoas. A condição de samaritano e dos estrangeiros tornava ainda pior a
situação, pois a tendência era não ter contato com eles por não pertencerem ao
povo eleito, nem observarem a lei mosaica. A cura alcançada por eles é, acima
de tudo, sinal do poder de Deus e de sua compaixão. Deus oferece a salvação a
todos e manifesta o seu amor na vida dos que mais sofrem. O salmo 97 proclama
que “o Senhor fez conhecer a salvação e as nações revelou sua justiça”.
Entretanto, a
Palavra de Deus ressalta também a atitude de fé dos que foram curados. Em ambos
os casos, o poder de Deus se manifesta, mas a atitude de fé é fundamental. A
narrativa do Evangelho se inicia com a súplica confiante dos dez leprosos:
“Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17,13). E se conclui com a palavra
de Jesus àquele que retornou para agradecer: “Levanta-te e vai! Tua fé te
salvou” (Lc 17,19). O Evangelho segundo S. Lucas apresenta esse samaritano como
modelo de fé, de gratidão e de louvor, tendo já apresentado outro samaritano
como modelo de caridade. Jesus elogia o leproso curado que retornou para
agradecer. Semelhante testemunho de
fé e gratidão é destacado também na figura de outro estrangeiro, Naamã. Ele
insiste em retribuir ao profeta Eliseu o grande bem recebido.
A graça
alcançada por eles não se reduz a cura de uma enfermidade. Ela se manifesta
numa vida nova. Naamã declara que não ofereceria mais sacrifícios a outros
deuses, mas somente ao Senhor (2Rs 5,17). O samaritano glorifica a Deus,
prostra-se diante de Jesus com fé e gratidão, alcançando a graça de ser salvo.
S. Lucas destaca que os dez foram curados, mas que o samaritano foi salvo pela
fé em Cristo.
Na próxima
quarta feira, dia 12, somos todos convidados a manifestar publicamente a nossa
fé e o nosso louvor a Deus, unidos como Igreja, celebrando a festa de Nossa
Senhora Aparecida. Participe da missa e da procissão da Padroeira na Esplanada
dos Ministérios, as 17 horas. Na ocasião, estaremos iniciando, com toda a
Igreja no Brasil, o Ano Mariano, comemorando os 300 anos do encontro da imagem
de N. Sra. da Conceição Aparecida nas águas do rio Paraíba. Motive a sua
comunidade, os seus amigos e a sua família, a participar! Nossa Senhora
Aparecida, rogai por nós!