28º domingo do tempo comum, Ano C 10

Roteiro Homilético 10: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
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+ Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília



Nós temos muito a aprender com os dez leprosos (Evangelho) e o sírio Naamã (Primeira Leitura). Além da enfermidade, ao menos dois deles, eram estrangeiros, condições que tornavam vida sofrida demais. O leproso era considerado impuro, obrigado a viver isolado, fora da cidade, mantendo sempre distância das pessoas. A condição de samaritano e dos estrangeiros tornava ainda pior a situação, pois a tendência era não ter contato com eles por não pertencerem ao povo eleito, nem observarem a lei mosaica. A cura alcançada por eles é, acima de tudo, sinal do poder de Deus e de sua compaixão. Deus oferece a salvação a todos e manifesta o seu amor na vida dos que mais sofrem. O salmo 97 proclama que “o Senhor fez conhecer a salvação e as nações revelou sua justiça”.

Entretanto, a Palavra de Deus ressalta também a atitude de fé dos que foram curados. Em ambos os casos, o poder de Deus se manifesta, mas a atitude de fé é fundamental. A narrativa do Evangelho se inicia com a súplica confiante dos dez leprosos: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17,13). E se conclui com a palavra de Jesus àquele que retornou para agradecer: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17,19). O Evangelho segundo S. Lucas apresenta esse samaritano como modelo de fé, de gratidão e de louvor, tendo já apresentado outro samaritano como modelo de caridade. Jesus elogia o leproso curado que retornou para agradecer.       Semelhante testemunho de fé e gratidão é destacado também na figura de outro estrangeiro, Naamã. Ele insiste em retribuir ao profeta Eliseu o grande bem recebido.

A graça alcançada por eles não se reduz a cura de uma enfermidade. Ela se manifesta numa vida nova. Naamã declara que não ofereceria mais sacrifícios a outros deuses, mas somente ao Senhor (2Rs 5,17). O samaritano glorifica a Deus, prostra-se diante de Jesus com fé e gratidão, alcançando a graça de ser salvo. S. Lucas destaca que os dez foram curados, mas que o samaritano foi salvo pela fé em Cristo.

Na próxima quarta feira, dia 12, somos todos convidados a manifestar publicamente a nossa fé e o nosso louvor a Deus, unidos como Igreja, celebrando a festa de Nossa Senhora Aparecida. Participe da missa e da procissão da Padroeira na Esplanada dos Ministérios, as 17 horas. Na ocasião, estaremos iniciando, com toda a Igreja no Brasil, o Ano Mariano, comemorando os 300 anos do encontro da imagem de N. Sra. da Conceição Aparecida nas águas do rio Paraíba. Motive a sua comunidade, os seus amigos e a sua família, a participar! Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!