29º domingo do tempo comum, Ano C 1
Roteiro Homilético 1: Mensagem
(cnbbleste2.org.br Dom Emanuel Messias de Oliveira)
1a LEITURA –
Ex 17,8-13
Na caminhada
para a Terra Prometida, Deus caminha com seu povo matando-lhe a fome (cap. 16)
e a sede (17,1-7) e libertando-o de seus inimigos. O trecho de hoje fala dessa
vitória contra os amalecitas. Amalec foi sempre para o povo Israelita a
personificação da hostilidade e do perigo. Ele representa os que tentam abortar
as promessas de Deus de terra e vida para o povo. É um grande obstáculo para o
povo na sua caminhada para a Terra Prometida. A batalha acontece em Radifim. A
intervenção de Deus acontece mediante a intercessão de Moisés. Moisés dá ordem
a Josué de combater o inimigo com um certo número de homens. E Moisés, o que
ele vai fazer? Ele vai rezar, ele vai interceder junto de Deus pela vitória.
Ele sobe para o alto de uma colina com a vara de Deus na mão. Moisés sobe
acompanhado de Aarão e Hur. O v. 11 diz que: “enquanto Moisés ficava com as
mãos levantadas, Israel vencia; quando ele abaixava as mãos Amalec vencia”. As
mãos levantadas simbolizavam a oração diante de Deus. Como fazer diante do
cansaço? É preciso não desanimar, mas ser criativo. As mãos de Moisés começaram
a ficar pesadas. O que os auxiliares fizeram? Pegaram uma pedra para Moisés se
assentar e sustentaram os braços de Moisés um de cada lado até o pôr-do-sol,
quando Josué dá por vencida a batalha.
Na caminhada
da vida em busca da realização do projeto de Deus, devemos ser solidários, não
trabalhar isolados. Deus caminha conosco e nos ajuda, mas quer que a comunidade
toda esteja a serviço. Cada um colocando seus dons à disposição. Todos os dons
são importantes. No texto de hoje, vimos Josué com um grupo maior no combate
direto; Moisés intercedendo em oração; Aarão e Hur dando sua contribuição
pequena, mas indispensável, sustentando a oração de Moisés. Qual é a sua
participação na comunidade? Quem hoje representa Amalec, impedindo terra e vida
para o povo?
2a LEITURA –
2Tm 3,14-4,2
Vamos continuar
colocando o nome de “Paulo” entre aspas porque a carta é pseudônima, ou seja, o
autor escreve como se fosse Paulo. “Paulo” continua legando a Timóteo sua
herança espiritual.
O v. 14 é uma
exortação a continuar firme nos ensinamentos. Ele os recebeu de sua avó, de sua
mãe e de Paulo. Sua formação é sólida desde a infância. Desde a infância
Timóteo conhece as Sagradas Escrituras. O valor e a importância das Sagradas
Escrituras estão expressas com ênfase nos vv. 15b-17; elas têm o poder de
comunicar a sabedoria. Esta sabedoria conduz à salvação pela fé em Jesus
Cristo. O Antigo Testamento caminha para Jesus Cristo. Ele é a meta do Antigo
Testamento. Ele é a chave da leitura da Bíblia toda. Ele é a sabedoria
salvífica de Deus. Esta salvação chega a nós pela fé em Jesus Cristo. O v.
16afirma que a Bíblia é inspirada por Deus, daí sua grande utilidade; ela como
escritura inspirada é o sentido da vida do povo, revela o projeto de Deus, a
prática de Jesus e a ação do cristão. Qual é concretamente sua função, sua
utilidade? Ela é útil para ensinar, apontando o projeto de Deus; para refutar e
corrigir, denunciando erros e desvios na realização do projeto de Deus; e para
educar na justiça. Vivemos num mundo de opressão, exploração e injustiças,
porque o homem ainda não renovou sua mentalidade com a leitura diária da
Bíblia. Justiça e solidariedade só vão acontecer a partir da prática da Palavra
de Deus. Ela conduz o homem para a perfeição e solidariedade de toda a boa
obra. O v. 1º do capítulo quarto mostra a solenidade com a qual “Paulo” entrega
a Timóteo sua herança espiritual. Esta herança está sintetizada em cinco
imperativos: “proclame a palavra, insista no tempo oportuno e inoportuno;
denuncie, ameace; exorte com toda a paciência e doutrina”. O cristão não pode
conviver acomodado com a injustiça, com a alienação ou deturpação da Palavra de
Deus. A paciência é um lembrete da dedicação e perseverança das quais deve
estar imbuído o cristão
Você faz parte
de um grupo bíblico?
EVANGELHO – Lc
18,1-8
O v. 1º mostra
a finalidade da parábola. Jesus quer mostrar a necessidade de rezar sempre, sem
nunca desistir (cf. 11,9).
A Parábola
a) De um lado,
um juiz iníquo (v. 2). Este juiz não
temia a Deus. Quer dizer, ele não aplicava com justiça a Lei em defesa dos mais
fracos e oprimidos. No nosso caso, a Lei que protegia as viúvas (Ex 22,12-22;
Dt 24,17). Ele também não respeitava homem algum. Quer dizer, era um juiz
parcial, não agia com respeito à dignidade das pessoas, mas estava sempre do
lado dos mais fortes, prejudicando os mais pobres.
b) Do outro
lado, uma viúva insistente (v. 3). Esta viúva “não largava o pé do juiz”
pedindo justiça contra o seu adversário. Havia leis no PrimeiroTestamento que
protegiam as viúvas, mas estas leis não eram levadas a sério. As viúvas ficavam
abandonadas sem um defensor legal. A única força da viúva era a perseverança, a
insistência e, naturalmente, uma grande esperança de um dia conquistar seus
direitos.
c) Decisão do
juiz (vv. 4-5). O juiz tem consciência plena da sua falta de temor a Deus e da
sua falta de respeito pelos pobres. Ele é um juiz irresponsável, mas não está
mais aguentando a reclamação da viúva. Então, ele resolve fazer justiça à
viúva. Quer dizer, atendeu a viúva, porque estava cansado da amolação e também
para evitar o escândalo de levar um tapa na cara diante do povo.
A conclusão de
Jesus (vv. 6-8)
Se o juiz que
é mau atendeu a viúva, “Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e
noite gritam por ele?” É claro que sim e bem depressa. Temos que tomar consciência
do poder e da bondade de Deus, que protege as viúvas (Ml 3,5; Ex 22,21-22) e
todos os injustiçados (Ap 6,10). Em seguida, com muita fé, rezar sempre e nunca
desistir (v. 1).
Uma pergunta
desafiadora: “Mas, o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé
sobre a terra?” Jesus quer mostrar que é difícil manter-se na luta, enquanto
desanimar é fácil. Contra o desânimo temos aí o grande exemplo da viúva.