Roteiro Homilético 10: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
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No último
domingo, o Evangelho nos convidava a “rezar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1).
Hoje, continuamos a refletir sobre como estamos rezando, com a parábola contada
por Jesus para os que “confiavam na sua própria justiça e desprezavam os
outros” (Lc 18,9). Jesus fala de dois homens que foram ao templo para orar. Um
pertencia ao grupo dos fariseus; eles se consideravam superiores aos demais,
por buscar cumprir rigorosamente os preceitos da Lei. O outro era um cobrador
de impostos, também denominado “publicano”. Os cobradores de impostos tinham
fama de desonestos. Além de serem considerados impuros pelos fariseus, eram
detestados pelo povo, como colaboradores do Império Romano. Aqueles dois homens
rezavam de modo muito diferente um do outro. O fariseu se julgava justo,
merecedor da salvação, achando-se superior ao outro. O publicano, ao contrário,
suplicava humildemente a misericórdia de Deus, dizendo: “meu Deus, tem piedade
de mim, que sou pecador” (Lc 18, 14).
O erro do
fariseu foi achar que as suas boas obras fossem a causa da sua justificação.
Ele faz a lista dos seus méritos. Quando sinceras e vividas na humildade, as
nossas boas obras são a nossa resposta ao amor de Deus e a nossa acolhida da
salvação, como dom gratuito de Deus. O fariseu se achava tão bom que não
precisava da salvação em Cristo. O pecador que se reconhece como tal, como fez
o publicano, acolhe a salvação, pois Jesus veio para chamar os pecadores (Lc
5,32). Isto exige, além da fé, a humildade diante de Deus e do próximo. Na
oração e na vida, a importância da humildade é tão grande que a parábola se
conclui com uma séria advertência: “quem se eleva será humilhado e quem se
humilha será elevado” (Lc 18,14).
A segunda
Carta a Timóteo nos apresenta um trecho comovente, que é considerado como um
testamento de São Paulo. Nele, o Apóstolo fala de sua vida como oferta a Deus,
mencionando as dificuldades que superou, por graça de Deus, e colocando-se em
atitude de serena espera do término de sua missão. Assim fazendo, ele demonstra
uma atitude muito diferente daquela do fariseu da parábola. A confiança de S.
Paulo está em Deus e não nas obras que realizou.
Neste Dia
Mundial das Missões, rezemos pelos missionários presentes no mundo inteiro.
Sejamos missionários, testemunhando o Evangelho na vida cotidiana. Rezemos, de
modo, especial, pela Missão da Arquidiocese de Brasília em Roraima. Como sinal
de comunhão e apoio aos missionários, realiza-se hoje, em todo o mundo, a
coleta para as Missões. Rezemos e participemos da coleta missionária!