Roteiro Homilético 8: Mons. José Maria
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Jesus – Perdão
– Missão
O Evangelho
(Jo 1, 29-34) mostra o início da missão de Jesus. João Batista O apresenta:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Ele é o ungido do Senhor.
Ele batizará no Espírito. Ele é o Filho de Deus.
Jesus é o
Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo, anuncia São João Batista; e este
pecado do mundo engloba todo o gênero de pecado: o original, que em Adão afetou
também os seus descendentes, e os pessoais, dos homens de todos os tempos. No
Cordeiro de Deus está a nossa esperança de salvação.
E notável a
insistência de Cristo na sua constante chamada aos pecadores: Pois o “Filho do
homem veio salvar o que estava perdido” (Mt 18, 11). “Ele lavou os nossos
pecados no seu sangue” (Ap 1, 5). A maior parte dos seus contemporâneos
conhecia-O precisamente por essa atitude misericordiosa; os escribas e fariseus
murmuravam e diziam: “Ele recebe os pecadores e come com eles” (Mt 11, 19). E
surpreendem-se porque perdoa a mulher adúltera com umas palavras muito simples:
“vai e não peques mais” (Jo 8, 11). E dá-nos a mesma lição na parábola do
publicano e do fariseu: “Senhor, tem piedade de mim, que sou um pecador” (Lc
18, 13), e na parábola do filho pródigo… A relação dos seus ensinamentos e dos
seus encontros misericordiosos seria interminável! Podemos nós perder a
esperança de conseguir o perdão, quando é Cristo quem perdoa? Podemos nós
perder a esperança de receber as graças necessárias para sermos santos, quando
é Cristo que nos pode dá-las? Isto nos enche de paz e de alegria.
São Paulo
(1Cor 1, 1-13) lembra a sua vocação a Apóstolo e a vocação de todos à
santidade. Continua o Apóstolo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação…” (1Ts 4, 3). O próprio Jesus ordena: “Sede perfeitos, assim como
o Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Como prova concreta desses sentimentos do
Senhor, contamos com a o sacramento do perdão (confissão), que nos concede as
graças necessárias para lutarmos e vencermos os defeitos que talvez estejam
arraigados no nosso caráter, e que são muitas vezes a causa do nosso desalento.
No sacramento da confissão renovamos as forças e nos é dada a graça perdida
pelo pecado. Peçamos ao Senhor: Senhor, ensinai-me a arrepender-me, indicai-me
o caminho do amor! Movei-me com a vossa graça à contrição quando eu tropeçar!
Que as minhas fraquezas me levem a amar-vos cada vez mais!
O caminho da
santidade percorre-se mediante uma contínua purificação do fundo da alma, que é
condição essencial para amarmos cada dia mais a Deus. Por isso o amor à
confissão freqüente é um sintoma claro de delicadeza interior, de amor de Deus;
e o desprezo ou indiferença por ela indicam falta de finura de alma e talvez
tibieza, grosseria e insensibilidade para as moções que o Espírito Santo
suscita no coração.
O sacramento
da confissão rompe todos os liames com que o demônio tenta segurar-nos para que
não apressemos o passo no seguimento de Cristo.
A confissão
freqüente dos nossos pecados está muito relacionada com a santidade, pois nela
o Senhor afina a nossa alma e nos ensina a ser humildes. A tibieza, pelo
contrário, cresce onde aparecem o desleixo e o descaso, as negligências e os
pecados veniais sem arrependimento sincero. Na confissão contrita, deixamos a
alma clara e limpa. E, como somos fracos, só a confissão freqüente permitirá um
estado permanente de limpeza e de amor.
Cristo,
Cordeiro de Deus, veio limpar-nos dos nossos pecados, não só dos graves, mas
também das impurezas e das faltas de amor da vida diária. Aproximemos do
Sacramento da Penitência (Confissão) com amor!
Como
discípulos e missionários sejamos como João Batista que apontou Jesus aos
discípulos, como o Cordeiro de Deus. Todos nós devemos ser testemunhas do
Evangelho, preparar o encontro dos homens com Cristo. Esta é a missão de todo
cristão: preparar o caminho do Senhor e o encontro do homem com Deus, levantar
o dedo e proclamar bem alto: “Eis Aquele que o teu coração está procurando, eis
Aquele que veio para te amar e te salvar!