3° Domingo do Tempo Comum, Ano A 1

3° Domingo do Tempo Comum, Ano A 1

Roteiro Homilético 1: Mensagem
(cnbbleste2.org.br Dom Emanuel Messias de Oliveira)
1ª LEITURA - Is 8,23b-9,3
Neste oráculo messiânico, contemplamos o contraste trevas - luz, ação do opressor - ação de Deus, morte - vida para o povo.

A situação do povo do Norte
É uma referência às duas tribos do Norte, ou seja, Zabulon e Neftali, passagem necessária dos dois gigantes que governavam o mundo antigo: de um lado o Egito, do outro a Mesopotâmia. Em tempos de confronto e guerras, as tribos do Norte eram pisoteadas pelas botas dos soldados, pelas patas dos cavalos e pelos carros de guerra. O povo vivia nas trevas, numa situação de morte.

A ação de Deus
Os vv. 3-4 são bastante claros. As primeiras lembranças são os dias de Madiã, quando Deus dá força a um punhado de gente, capacitando-a para afugentar o poder opressor (cf. Is 7,15-25). Deus quebra a canga de suas cargas, a vara do opressor e o bastão do capataz. Deus faz as chamas devorarem as botas dos soldados e as capas empapadas de sangue. Todas estas imagens querem dizer que Deus libertará o povo do norte e do poder dos seus opressores.

O resultado da ação de Deus
No lugar de trevas, o povo vê brilhar uma grande luz. É a esperança que renasce. O povo se multiplica. Prazer e alegria de viver voltam a reinar no meio do povo. A alegria do povo é comparada ao prazer da colheita, após o esforço da semeadura. Há satisfação ao repartir os despojos da guerra, após a dureza da batalha.



2ª LEITURA - 1Cor 1,10-13.17
Exortação à unidade
Paulo faz um pedido solene em favor da unidade. É em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que ele pede. Na comunidade de Cristo não pode haver divisões. A comunidade deve buscar a unidade através da união no mesmo espírito e no mesmo modo de pensar. Não se trata de uma unidade ou de um simples respeito pelos diversos partidos. Uma comunidade partida não é uma comunidade unida. A unidade deve brotar do próprio Cristo que não está dividido. Nós somos membros do Seu Corpo.

Qual era a situação da comunidade?
Era de uma lamentável e escandalosa divisão em partidos ou grupos. Uns se diziam ser de Paulo (os mais abertos!), outros, de Cefas-Pedro (os mais fechados!), outros, de Apolo (os mais intelectuais!), e outros,de Cristo (os mais carismáticos e místicos). Curioso! Estariam os Apóstolos no mesmo pé de igualdade com Cristo? Ao invés de Paulo criticar os outros líderes, ele critica o grupo que se diz ligar a ele. "Paulo foi crucificado em favor de vocês! Vocês foram batizados em nome de Paulo?" Quando Paulo diz que batizou apenas poucas pessoas, ele mostra que o papel de pregador é mais exigente do que o de simplesmente batizar.A unidade deve ser feita em torno de Cristo.

Cristo é inconfundível. É Ele que morreu por todos. É em nome d'Ele que todos nós somos batizados. É em torno d'Ele que nos devemos unir. O importante, na comunidade, é o anúncio da unidade em Cristo, anúncio feito com simplicidade e testemunho de humildade, para que a cruz de Cristo não se torne inútil. Nosso orgulho, vaidade e divisões podem inutilizar a cruz de Cristo.



EVANGELHO - Mt 4,12-23
Jesus realiza a profecia de Isaías (vv. 12-17)
Mateus apresenta Jesus realizando o que lemos na primeira leitura. Logo após a morte de João Batista, que fecha o Primeiro Testamento, Jesus abre as portas do Segundo, deixa Nazaré e vai morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galiléia, nos confins de Zabulon e Neftali. Jesus cumpre assim a profecia de Isaías. O povo que vivia na região escura da morte viu uma grande luz e essa luz é Jesus.

Qual era o conteúdo da Sua pregação? "Convertam-se, porque o Reino de Deus está próximo". Esta é a síntese da mensagem de Jesus: a conversão, pois o Reino de Deus está chegando n'Ele. É através do arrependimento e da adesão ao projeto de Jesus que chega o Reino, um Reino de luz, de paz e de vida.

Jesus convoca os primeiros seguidores do Reino e começa Sua atividade
É no quotidiano da vida de cada um de nós que Jesus nos encontra, nos olha e nos chama a participar do Reino. Os quatros primeiros seguidores são dois grupos de irmãos: Simão e André, Tiago e João. Jesus os chama para o seguimento e para fazer deles uma comunidade de irmãos. Aqui vemos uma ruptura com o quotidiano, uma confiança total em Jesus e o risco do imprevisível. Eles deixaram tudo por causa de Jesus, por causa do Reino. Jesus começa então a pregar, dentro e fora das sinagogas, a Boa Notícia do Reino e a curar todo o tipo de doenças e enfermidades do povo. A vida começa a reaparecer com a atividade de Jesus.