3° Domingo do Tempo Comum, Ano A 10
Roteiro Homilético 10: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
http://www.arquidiocesedebrasilia.org.br/
A quem estamos
seguindo? A resposta a esta pergunta é dada pela nossa vida. O nosso modo de
pensar e viver indica em quem, de fato, acreditamos, e a quem seguimos. Há
ídolos que pretendem ocupar o lugar de Jesus na nossa vida, dirigindo os nossos
passos. O Evangelho nos convida a seguir a Cristo, imitando os seus primeiros
discípulos.
A palavra de
Jesus “sigam-me” dirige-se também a nós. A narrativa de Mateus ressalta o
plural “sigam-me”, fazendo-nos pensar na importância de seguir a Jesus juntos,
aceitando fazer parte do grupo dos discípulos, isto é, da comunidade dos que
vivem da fé em Cristo, a Igreja. Embora a resposta ao chamado seja pessoal, nós
seguimos a Jesus Cristo juntos, como discípulos em comunhão. Na segunda leitura,
São Paulo destaca justamente a unidade que deve reinar na comunidade cristã,
exortando os coríntios a “não admitir divisões” entre eles, mas a serem “bem
unidos e concordes no pensar e no falar” (1 Cor 1,10). O testemunho de
comunhão, a ser dado sempre mais pela comunidade, pode ajudar muito a despertar
e a animar outras pessoas a seguirem Jesus. Na comunidade, alimentamos o nosso
discipulado com a Palavra, a Eucaristia e a vida fraterna.
A acolhida
sincera do Evangelho de Jesus é acompanhada da conversão, da mudança de vida. O
Evangelho proclamado se abre com o anúncio sobre o cumprimento da profecia de
Isaías em Jesus Cristo: “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e para
os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz” (Mt 4,16). O discípulo
faz parte deste novo povo que vence as trevas e caminha na luz de Cristo, o que
exige a atitude permanente de conversão, conforme as palavras de Jesus:
“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17). A conversão
implica em mudança de mentalidade e de rota para retornar a Deus. Entretanto, o
discipulado não se reduz a deixar pecados; inclui também a renúncia de bens,
conforme a atitude dos discípulos que deixaram redes, barca e família.
O verdadeiro
discípulo torna-se também um missionário, partilhando com os outros o dom
recebido. Os discípulos passaram a seguir Jesus que “andava por toda a
Galileia”, anunciando o Evangelho e indo ao encontro dos enfermos e sofredores
(Mt 4,23). O discípulo não pode viver
fechado sobre si. Os diversos grupos de pastorais e movimentos, na Igreja, não
podem viver para si. Devem estar abertos aos irmãos, especialmente aos mais
sofredores e àqueles que ainda não seguem a Cristo. Uma comunidade “discípula”
será sempre uma comunidade “missionária”, “em saída”, para compartilhar com
todos a alegria de seguir a Jesus.