3° Domingo do Tempo Comum, Ano A 6
Roteiro Homilético 6: Roteiro
RITOS INICIAIS
Salmo 95, 1.6
Antífona de
entrada: Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira.
Glória e poder na sua presença, esplendor e majestade no seu templo.
Introdução ao
espírito da Celebração
Todas as
semanas se iniciam com o Domingo. E, se este é o Dia do Senhor, queremos
encontrar-nos com Ele na Santa Missa.
Deus deseja
ouvir-nos. Nós vamos escutá-l’O. Deste diálogo amoroso surge um sentido novo
para a nossa vida.
Oração
colecta: Deus todo-poderoso e eterno, dirigi a nossa vida segundo a vossa
vontade, para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas obras, em nome
de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Liturgia da
Palavra
Primeira
Leitura
Monição:
Agradeçamos ao Senhor Jesus por ter vindo ao mundo para nos salvar. As trevas
desapareceram com a Sua Luz.
Isaías 8,
23b-9, 3 (9, 1-4)
1Assim como no
tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro
será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos
gentios. 2O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que
habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. 3Multiplicastes a sua
alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os
que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos.
4Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o
madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.
8, 23b Na
Galileia estavam estabelecidas as tribos de Zabulão e de Neftali. Assim como
foram estas as primeiras a sofrer as invasões assírias e a ser vítimas dos
horrores da guerra e da deportação, também vão ser as primeiras a verem «uma
grande luz», terra privilegiada para o começo da pregação de Jesus. Assim é
interpretada esta passagem no Evangelho de hoje (Mt 4, 12-16).
9, 3 «Como no
dia de Madiã». Alusão à estrondosa vitória alcançada por Gedeão apenas com 300
homens sobre os numerosos exércitos madianitas (cf. Jz 7).
Salmo
Responsorial Salmo 26 (27), 1.4.13-14 (R. 1a)
Monição: Nunca
desanimemos perante as dificuldades do dia a dia pois o Senhor vem salvar-nos.
Refrão: O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor me
ilumina e me salva.
O Senhor é
minha luz e salvação:
a quem hei-de
temer?
O Senhor é
protector da minha vida:
de quem hei-de
ter medo?
Uma coisa peço
ao Senhor, por ela anseio:
habitar na
casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da
suavidade do Senhor
e visitar o
seu santuário.
Espero vir a
contemplar a bondade do Senhor
na terra dos
vivos.
Confia no
Senhor, sê forte.
Tem confiança
e confia no Senhor.
Segunda
Leitura
Monição: São
Paulo apelou, há dois mil anos, à união dos cristãos. Ao longo dos séculos
vieram as divisões e a separação. Procuremos merecer o dom da unidade.
Coríntios 1,
10-13.17
Irmãos:
10Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma
linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo
pensar e no mesmo agir. 11Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há
divisões entre vós, 12que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de
Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». 13Estará Cristo dividido? Porventura
Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Baptismo?
17Na verdade, Cristo não me enviou para baptizar, mas para anunciar o
Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a
cruz de Cristo.
A primeira
parte desta Carta (1 Cor 1 – 6) vai dirigida a corrigir certas desordens na
comunidade, a primeira das quais eram certas divisões: grupinhos ou capelinhas.
10 «Falar
todos a mesma linguagem», aqui, é ter uma grande unidade de doutrina e de
corações: unidade de pensar e de sentir (v. 11).
11 «Cloé».
Mulher cristã, cuja família, talvez por motivo de negócios, se deslocava
frequentemente de Corinto a Éfeso, onde Paulo se encontrava neste momento.
12 As
«divisões» e contendas não correspondem a cismas ou heresias, mas a grupos ou
capelinhas que tomavam, uns um partido, outros outro, baseados no prestígio dos
excepcionais pregadores que ali passaram (Paulo e Apolo), ou numa autoridade
especial (Pedro), ou baseados outros ainda talvez numa ligação directa e
carismática a Cristo, sem a mediação de qualquer autoridade apostólica.
(Note-se que a expressão «eu sou de Cristo» também podia ser uma exclamação, um
aparte de S. Paulo).
13 Paulo, sem
ceder nada no que se refere à sua autoridade apostólica na comunidade de que
ele tem a responsabilidade da direcção, por ser o fundador dela, não tolera que
haja um grupo que invoque o seu nome, fundando-se num mero prestigio ou
ascendente pessoal seu; o que ele quer é «que só Cristo brilhe», e com uma
primazia absoluta!
17 «Cristo não
me enviou para baptizar…». A Bíblia de Vacari traduz, explicitando o sentido:
«Cristo não me deu tanto a missão de baptizar, quanto a de pregar…»Com efeito,
como Apóstolo, ele tinha a missão de baptizar (Mt 28, 19), mas a maior eficácia
da sua actuação levava-o a não perder tempo com o que os seus colaboradores
podiam fazer perfeitamente, seguindo nisto o exemplo de Jesus e de Pedro (Jo 4,
2; Act 10, 48).
Aclamação ao
Evangelho
Mt 4, 23
Monição:
Outrora Jesus chamou os Apóstolos. Hoje chama-nos a cada um de nós.
Convertamo-nos, confiando-Lhe a nossa vida.
Aleluia
Jesus
proclamava o Evangelho do reino e curava todas as doenças entre o povo.
Evangelho *
Forma longa:
São Mateus 4, 12-23 Forma breve:
São Mateus 4, 4, 12-17
12Quando Jesus
ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. 13Deixou
Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão
e Neftali. 14Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer:
15«Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão,
Galileia dos gentios: 16o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para
aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». 17Desde
então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque o reino de Deus está
próximo».
[18Caminhando
ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão
André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 19Disse-lhes Jesus:
«Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». 20Eles deixaram logo as
redes e seguiram-n’O. 21Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago,
filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu
pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os 22e eles, deixando o barco e
o pai, seguiram-n’O. 23Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando
nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e
enfermidades entre o povo.]
A Liturgia,
depois de no Domingo passado, com as palavras do Baptista, nos ter feito a
solene apresentação de Jesus que nos vai falar ao longo do ano no Evangelho,
faz-nos hoje a sua apresentação com as palavras do Evangelista do ano A,
Mateus, o qual situa Jesus a pregar só depois da prisão do Baptista e após ter
deixado de vez Nazaré, pois ninguém é profeta na sua terra (cf. Mt 13, 53-58).
Diz que Jesus «foi habitar em Cafarnaum», «a sua cidade» (cf. Mt 9, 1), a base
da sua actividade, junto ao lago de Genesaré, atravessada pela via maris, a
estrada do Mar (v. 15) que ligava Damasco ao Mediterrâneo, um centro comercial
importante, de que hoje só restam as ruínas, a uns 3 km a Sudoeste da entrada do
Jordão no lago e a 36 km
de Nazaré. Mas o Evangelista não vê nesta deslocação de Jesus uma simples
estratégia, ele vê o cumprimento duma profecia (Is 8, 23) que acredita Jesus
como o Messias. O texto citado tem um enorme alcance: trata-se de apresentar a
pregação de Jesus como a grande luz que nas trevas brilha para todo o povo.
15 «Galileia
(em hebraico gelil significa região) dos gentios». Sobretudo a partir das
invasões assírias do séc. VIII a. C. e das deportações levadas a cabo, foram
trazidos para aqui muitos colonos estrangeiros, gentios, daqui este nome
«região dos gentios» (em virtude da sua população mista), que depois passou a
chamar-se simplesmente «Galileia».
17 O «Reino
dos Céus»: como aqui (e quase sempre), S. Mateus diz «dos Céus (a tradução
litúrgica não corresponde ao original grego), em vez de «de Deus» (cf.Mc 1,
15), (evitando assim nome de Deus inefável). A expressão tem o sentido de «o
domínio de Deus» sobre todos os homens (o reinado de Deus), um tema já
frequente na pregação profética. Há uma grande diferença de sentido
relativamente às ideias correntes na época, em que o reinado de Deus tinha uma
conotação teocrática: Deus era o Rei de Israel não apenas no campo espiritual,
mas também temporal e Ele haveria de vir submeter a este domínio político todos
os povos da terra. O Reino de Deus que Jesus prega é um reino espiritual, de
amor e santidade, onde se entra pelo arrependimento dos pecados, pois é um
domínio de Deus nas almas; daí a mensagem fulcral do Evangelho:
«arrependei-vos».
18-22 Jesus
não se limita a anunciar, como João Baptista, que «o reino de Deus está
próximo», mas começa já a sua instauração com palavras e obras (cf. v. 23). E
estes versículos falam de um primeiro passo, a escolha dos primeiros
discípulos, que hão-de integrar o grupo dos Doze, sobre que Jesus fundará a sua
Igreja. Segundo Jo 1, 35-52, estes quatro já conheciam Jesus, mas agora
trata-se duma chamada para serem seus discípulos. É maravilhosa a sua
disponibilidade e generosidade que os leva a deixar tudo logo (euthéôs), sem
mais considerações, «o barco», «as redes», «o pai». Jesus continua a chamar em
todos os tempos os homens ao apostolado e é preciso responder com igual
prontidão e entrega.
Sugestões para
a homilia
Olhemos o
nosso mundo
Seduzidos pela
Luz de Cristo
Somos chamados
ao apostolado
Olhemos o
nosso mundo
Ao longo dos
séculos houve homens que se esforçaram por construir um mundo novo sem guerras,
sem ódios, sem vinganças, sem crimes, sem atentados para que todos pudessem
viver felizes e em paz.
Olhando para o
passado, que vemos nós?…Será que alguma vez o mal desapareceu e ficou só o
bem?…
Estamos já no
terceiro milénio, a viver o século XXI. Como vai o nosso mundo?
As crianças
que não chegam a nascer, vítimas do aborto provocado, não nos atormentam com os
seus gemidos de dor?
Os doentes e
idosos que morrem, vítimas da eutanásia, deixam-nos dormir sossegados?
Os jovens,
explorados pela droga e pelo hedonismo que perecem vítimas da sida, não
mereceriam viver na esperança dum futuro melhor?
Os pobres que
passam fome não interpelam os donos do mundo que vivem luxuosamente nos seus
palácios?
As famílias,
desfeitas pela infidelidade, deixam indiferentes os lares onde se vive o amor?
As nações
destruídas pela guerra, com os feridos e os mortos, não exigiriam de todos nós
a luta pela causa da Paz?
Seduzidos pela
Luz de Cristo
Nós, cristãos,
devíamos reflectir no mundo a Luz de Cristo ( primeira leitura, salmo
responsorial e evangelho). E então tudo seria diferente. As trevas do pecado
desapareceriam para termos o mundo iluminado pela Palavra de Deus.
Porque
esperamos? O Senhor confiou a cada um de nós uma missão. E tem de ser cumprida
enquanto usufruirmos o dom da vida.
Unidos seremos
mais fortes. As palavras de São Paulo continuam actuais: «Rogo-vos pelo nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo que faleis todos a mesma linguagem e que não haja
divisões entre vós…» (segunda leitura).
A Igreja
Católica é Una. Não enveredemos por caminhos que levam a cismas. Estejamos
atentos aos ensinamentos do Papa. Bispos, sacerdotes e leigos responsáveis
procuremos ser fermento na nossa sociedade.
Somos chamados
ao apostolado
Se tantas
pessoas lutam incansavelmente pelos seus ideais, nós que estamos na Verdade,
não nos calemos! Levantemos a nossa voz!
A vida humana
, desde a concepção até à morte natural, será respeitada. A angústia, a
ansiedade e o sofrimento desaparecerão da vida das pessoas. No seu rosto
voltará a ver-se a serenidade, a alegria e o sorriso.
Será tudo isto
um sonho?…Sim, se não houver conversão. Mas será uma bela realidade se
acreditarmos na força invencível da nossa Fé.
Não ignoremos
as tentações do demónio. Confiemos na intercessão dos anjos e santos. Maria,
Mãe de Jesus e nossa terna Mãe, estará sempre connosco. Caminhemos com muita
confiança. A vida só assim terá sentido. Depois… será a passagem para a
Felicidade Eterna.
Liturgia
Eucarística
Oração sobre
as oblatas: Aceitai benignamente, Senhor, e santificai os nossos dons, a fim de
que se tornem para nós fonte de salvação. Por Nosso Senhor…
Monição da
Comunhão: Este é o momento privilegiado em que, devidamente preparados, podemos
receber o Senhor na Comunhão. Adoremos, louvemos, agradeçamos e peçamos tudo o
que Ele nos quer dar para nossa salvação.
Salmo 33, 6
Antífona da
comunhão: Voltai-vos para o Senhor e sereis iluminados, o vosso rosto não será
confundido.
Ou: Jo 8, 12
Eu sou a luz
do mundo, diz o Senhor. Quem Me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da
vida.
Oração depois
da comunhão: Deus omnipotente, nós Vos pedimos que, tendo sido vivificados pela
vossa graça, nos alegremos sempre nestes dons sagrados. Por Nosso Senhor…
Ritos Finais
Monição final:
Foi tão bom estarmos aqui reunidos como família dos filhos de Deus. Animados
pela Fé, queremos dar testemunho d’Ele no trabalho e no descanso, na família e
na sociedade, na igreja e no mundo, sempre e em toda a parte.