3° Domingo do Tempo Comum, Ano A 8
Roteiro Homilético 8: Mons. José Maria
(http://www.presbiteros.com.br/)
Conversão e
Testemunho
Jesus, depois
de ter deixado Nazaré e de ter sido batizado no Jordão, vai a Cafarnaum para
iniciar o seu ministério público.
Ele é
apresentado como grande luz (cf. Mt 4, 12-23) de que fala o Profeta Isaías (Is
9, 1-4).
No caminho do
mar, junto ao lago, que Jesus começa a pregar e a dizer: “Convertei-vos, porque
está próximo o Reino dos Céus” ( Mt 4,
17). Da pregação em geral, Jesus passa ao convite pessoal: “Segui-Me e Eu vos
farei pescadores de homens. Eles deixaram imediatamente as redes e O seguiram”.
O Evangelho
nos apresenta o chamamento dos primeiros Apóstolos: “Ele chamou enquanto
caminhava junto ao mar da Galiléia. Estes homens experimentaram o fascínio da
luz secreta que emanava dEle e seguiram-na sem demora para que iluminasse com o
seu fulgor o caminho das suas vidas. Mas essa luz de Jesus resplandece para
todos.
Jesus Cristo,
luz do mundo, chamou primeiro uns homens simples da Galiléia, iluminou as suas
vidas, ganhou-os para a sua causa e pediu-lhes uma entrega sem condições.
Aqueles pescadores da Galiléia saíram da penumbra de uma vida sem relevo nem
horizonte para seguirem o Mestre, tal como outros o fariam logo após, e depois
já não cessariam de fazê-lo inúmeros homens e mulheres ao longo dos séculos.
Seguiram-no até darem a vida por Ele. Nós também O seguimos!
O Senhor
chama-nos agora para que O sigamos e para que iluminemos a vida dos homens e as
suas atividades nobres com a luz da fé; sabemos bem que o remédio para tantos
males que afetam a humanidade é a fé em Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor,
razão de ser de nossa existência; sem Ele, os homens caminham às escuras e por
isso tropeçam e caem. E a fé que devemos comunicar é luz na inteligência, uma
luz incomparável: fora da fé estão as trevas, a escuridão natural diante da
verdade sobrenatural…”
Jesus inicia o
seu ministério e prega a conversão: “Convertei-vos, porque o reino dos céus
está próximo” (Mt 4, 17). A conversão, diz o Doc. de Aparecida, nº 278b, “é a
resposta inicial de quem escutou o Senhor com admiração, crê nele pela ação do
Espírito, decide ser seu amigo e ir após Ele, mudando a sua forma de pensar e
de viver, aceitando a cruz de Cristo, consciente de que morrer para o pecado é
alcançar a vida. No Batismo e no sacramento da Reconciliação se atualiza para
nós a redenção de Cristo”.
As palavras
chegarão ao coração dos nossos amigos se antes lhes tiver chegado o exemplo da
nossa atuação: as virtudes humanas próprias do cristão – o otimismo, a
cordialidade, a firmeza de caráter, a lealdade… Não iluminaria com a sua fé o
cristão que não fosse exemplar no seu trabalho ou no seu estudo, que perdesse o
tempo, que não fosse sereno no meio das dificuldades, perfeito no cumprimento
do seu dever, que lesasse algum aspecto da justiça nas relações profissionais…
A mensagem de
Cristo sempre entrará em choque com uma sociedade contagiada pelo materialismo
e por uma atitude conformista e aburguesada perante a vida.
“Sê forte” (Sl
26, 14). Poderíamos perguntar-nos hoje se no nosso círculo de relações somos
conhecidos por essa coerência de vida, pelo exemplo na atuação profissional, ou
no estudo, se somos estudantes; pelo exercício diário das virtudes humanas e
sobrenaturais, com a coragem e o esforço perseverante a que nos incita o
Espírito Santo.
Deus chama-nos
a todos para que sejamos luz do mundo, e essa luz não pode ficar escondida:
“Somos lâmpadas que foram acesas com a luz da verdade” (Santo Agostinho).
Se somos
cristãos que vivem imersos na trama da sociedade, santificando-nos em e através
do trabalho, devemos conhecer muito bem os princípios da ética profissional, e
aplicá-los depois no exercício diário da profissão, ainda que esses critérios sejam
exigentes e nos custe levá-los à prática. Para isso são necessárias vida
interior e formação doutrinal.
Peçamos à
Virgem Maria coragem e simplicidade para vivermos no meio do mundo sem sermos
mundanos, como os primeiros cristãos, para sermos luz de Cristo na nossa
profissão e em todos os ambientes de que participamos. “Como discípulos e
missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o
próprio Cristo. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade,
não profetas de desventuras” (Aparecida nº 30).
Mons. José
Maria Pereira