Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus 10
Roteiro Homilético 10: + Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília
http://www.arquidiocesedebrasilia.org.br/
Mensagem do
Papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz
A
Não-Violência: estilo de uma política para a paz
No início
deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo
inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades
Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o
homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e a semelhança de Deus
em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com
uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta
“dignidade mais profunda” e façamos da não violência ativa o nosso estilo de
vida.
Nesta ocasião,
desejo deter-me na não–violência como estilo duma política de paz, e peço a
Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos
nossos sentimentos e valores pessoais.
Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns
aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem
resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os
protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Desde
o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência
tornar-se o estilo característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da
política em todas as suas formas.
A Igreja
comprometeu-se na implementação de estratégias não-violentas para promover a
paz em muitos países solicitando, inclusive aos intervenientes mais violentos,
esforços para construir uma paz justa e duradoura. Este compromisso a favor das
vítimas da injustiça e da violência não é um patrimônio exclusivo da Igreja
Católica, mas pertence a muitas tradições religiosas, para quem “a compaixão e
a não-violência são essenciais e indicam o caminho da vida”. Reitero-o aqui sem
hesitação: “nenhuma religião é terrorista”. A violência é uma profanação do
nome de Deus. Nunca nos cansemos de repetir: “jamais o nome de Deus pode
justificar a violência. Só a paz é santa. Só a paz é santa, não a guerra”.
O próprio
Jesus nos oferece um “manual” desta estratégia de construção da paz no chamado
Sermão da Montanha. As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5,3-10) traçam o
perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os manos,
diz Jesus, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que
têm fome e sede de justiça.
No nascimento
de Jesus, os anjos glorificavam a Deus e almejavam paz na terra aos homens e
mulheres de boa vontade (cf. Lucas 2,14). Peçamos à Virgem Maria que nos sirva
de guia. No ano de 2017, comprometamo-nos através da oração e da ação, a
tornar-nos pessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos a violência,
e a construir comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum. “Nada é
impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos de
paz”.