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Amar os
Inimigos!…
A Palavra de
Jesus (Mt 5, 38-48) nos convida a amar a
todos, sem nenhuma discriminação, pois assim seremos perfeitos como o Pai
Celeste é perfeito. O Senhor nos convida a sermos santos como Ele é santo! A
santidade a que somos chamados consiste em fazer a vontade de Deus nosso Pai,
que ama a todos, sem distinção. Diz-nos São Paulo: “Esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação” (1Ts 4, 3). Jesus nos convida a viver a caridade para além
dos critérios humanos.
“Aquele que te
fere na face direita, oferece-lhe também a esquerda” (Mt 5, 39). Diante da lei
do talião Jesus Cristo estabelece novas bases – o amor, o perdão das ofensas, a
superação do orgulho – sobre os quais os homens hão de atender a uma defesa
razoável dos seus direitos. Ele não nos ensina a sermos trouxas. A pessoa pode
defender-se e exigir-se que se faça justiça. Mas em todo esse processo ela é
chamada a praticar a mansidão, a não usar de violência e a buscar o bem da
pessoa que a prejudicou.
Diz São João
Crisóstomo: “O homem não tem nada de tão divino – tão de Cristo – como a
mansidão e a paciência na prática do bem. Acrescenta São Josemaria Escrivá: “Um
discípulo de Cristo jamais tratará mal pessoa alguma; ao erro chama erro,mas, a
quem está errado, deve corrigi-lo com afeto; senão, não poderá ajudá-lo, não
poderá santificá-lo”, e essa é a maior prova de caridade.
Ensina Jesus:
“Amai os vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam” (Mt
5, 44). Devemos também viver a caridade com aqueles que nos tratam mal, que nos
difamam e roubam a honra, que procuram positivamente prejudicar-nos. O Senhor
deu-nos exemplo disso na Cruz, e os discípulos seguiram o mesmo caminho do
Mestre. Ele nos ensinou a não ter inimigos pessoais – como o testemunharam
heroicamente os santos de todas as épocas – e a considerar o pecado como o
único mal verdadeiro.
“Sede
perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5, 48). A expressão não é um
paradoxo, pois rigorosamente falando, é impossível que a criatura alcance a
perfeição de Deus. Mas esta é a meta para que deve tender todo o discípulo de
Cristo. A chamada universal à santidade não é uma sugestão, mas um mandamento
de Jesus Cristo: “Tens obrigação de te santificar. – Tu, também. – Quem pensa
que é tarefa exclusiva de sacerdotes, e religiosos? A todos, sem exceção, disse
o Senhor: “Sede perfeitos, como Meu Pai Celestial é perfeito” (São Josemaria
Escrivá, nº 291, Caminho).
A santidade é
a vocação de todo o batizado. O Venerável João Paulo II propôs como objetivo
para o caminho da Igreja no Terceiro Milênio a santidade de vida para todos:
“Como explicou o Concílio, este ideal de perfeição não deve ser objeto de
equívoco, vendo nele um caminho extraordinário, capaz de ser percorrido apenas
por algum gênio da santidade. Os caminhos da santidade são variados e
apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por ter me concedido,
nestes anos, beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos
leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor
de novo a todos, com convicção, esta medida alta da vida cristão ordinária:
toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta
direção. Mas é claro também que os percursos da santidade são pessoais e exigem
uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo
dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as
formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes
oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja”.
Que o Senhor
nos conceda a graça de acolhermos a essência de seu ensinamento: o AMOR. Só
assim poderemos rezar o Pai Nosso: “Perdoai, assim como perdoamos…” Assim nos
tornamos verdadeiros filhos de Deus…
Mons. José
Maria Pereira