Roteiro Homilético 6: Roteiro
RITOS INICIAIS
Salmo 129, 3-4
ANTÍFONA DE
ENTRADA: Se tiverdes em conta as nossas faltas, Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.
Introdução ao
espírito da Celebração
Jesus Cristo é
verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Somos chamados a segui-l’O, a imitá-l’O,
desde o Baptismo, e não o faríamos se não procurássemos também imitar as Suas
virtudes humanas.
Na Liturgia da
Palavra do 28º Domingo do Tempo comum, Ele chama a nossa atenção para uma
virtude importante da convivência humana: reconhecer o dom de Deus, e acolhê-lo
com amor e gratidão.
Deus espera de
nós uma resposta, por cada dom que nos concede. Fátima é um exemplo disto
mesmo. Gente de todo o mundo inveja a nossa sorte de estarmos tão perto da Cova
da Iria.
ACTO
PENITENCIAL
Peçamos hoje
especialmente perdão por causa da nossa insensibilidade e indelicadeza para com
os que nos servem e ajudam na vida. Lembremos também a nossa falta de gratidão
para com Deus.
(Tempo de
silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema C)
• Porque somos, às vezes, indelicados no nosso
comportamento,
de tal modo
que nunca nos recordamos de agradecer um favor,
Senhor, tende
piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
• Para o nosso indelicado comportamento diário
com Deus,
que nos leva a
nunca agradecer os benefícios que recebemos,
Cristo, tende
piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
• Para a soberba que nos impede de dizer um
muito obrigado
a quem nos
serve com uma pronta dedicação e constância,
Senhor, tende
piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Deus todo
poderoso tenha compaixão de nós,
perdoe os
nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
ORAÇÃO
COLECTA: Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça preceda e acompanhe sempre
as nossas acções e nos torne cada vez mais atentos à prática das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LITURGIA DA
PALAVRA
Primeira
Leitura
Monição: O
Segundo Livro dos Reis apresenta-nos a história de um rico general (Naamã)
curado miraculosamente por intercessão do profeta Eliseu.
O Senhor
oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites de pessoas, na raça, na cor
ou na nação. Nunca tem acepção de pessoas.
2 Reis 5,
14-17
Naqueles dias,
14o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhou sete vezes, como lhe
mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne tornou-se tenra como a de uma
criança e ficou purificado da lepra. 15Naamã foi ter novamente com o homem de
Deus, acompanhado de toda a sua comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou:
«Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel. Peço-te
que aceites um presente deste teu servo». 16Eliseu respondeu-lhe: «Pela vida do
Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar das insistências, ele recusou.
17Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este teu
servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar uma
parelha de mulas, porque o teu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou
sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».
O episódio
cheio de beleza e vivacidade é tirado do chamado ciclo de Eiseu (2 Re 2, 13 –
13, 30), tem um paralelo semelhante nos Evangelhos, não tanto nas curas dos
leprosos dos Evangelhos, como se lê no Evangelho de hoje, mas antes na cura do
cego de Jo 9, que se banha na piscina de Siloé.
17 Uma porção
de terra, isto é, de terra santa, terra que pertence ao verdadeiro e único
Deus, Yahwéh, o único capaz de fazer milagres. Esta terra levada como relíquia
vai continuar no futuro costume da piedade cristã de os peregrinos da Terra
Santa trazerem consigo um punhado de terra.
Salmo
Responsorial
Sl 97 (98),
1-4 (R. cf. 2b)
Monição: O
salmo 98 convida-nos a manifestar a nossa gratidão para com Deus pelos
sacrifícios recebidos. Façamo-lo com toda a convicção e alegria.
Refrão: O SENHOR MANIFESTOU A SALVAÇÃO A TODOS
OS POVOS.
Ou: DIANTE DOS POVOS
MANIFESTOU DEUS A
SALVAÇÃO.
Cantai ao
Senhor um cântico novo
pelas
maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o
seu santo braço
Lhe deram a
vitória.
O Senhor deu a
conhecer a salvação,
revelou aos
olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da
sua bondade e fidelidade
em favor da
casa de Israel.
Os confins da
terra puderam ver
a salvação do
nosso Deus.
Aclamai o
Senhor, terra inteira,
exultai de
alegria e cantai.
Segunda
Leitura
Monição: A
segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem
acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor
e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição. A isto nos devem
levar os dons recebidos.
2 Timóteo 2,
8-13
Caríssimo:
8Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David, ressuscitou dos mortos,
segundo o meu Evangelho, 9pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a estas
cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada. 10Por
isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está
em Cristo Jesus, com a glória eterna. 11É digna de fé esta palavra: Se morremos
com Cristo, também com Ele viveremos; 12se sofremos com Cristo, também com Ele
reinaremos; 13se O negarmos, também Ele nos negará; se Lhe formos infiéis, Ele
permanece fiel, porque não pode negar-Se a Si mesmo.
Este belo
trecho da leitura é uma boa lição de optimismo, baseado na fé, para as horas de
provação e de perseguição, bem como um magnífico hino de apelo à fidelidade a
toda a prova (vv. 11-13).
8 «Segundo o
meu Evangelho». Não parece que se trata do Evangelho de Lucas, discípulo de
Paulo, mas do Evangelho que Paulo prega, a boa nova da salvação em Cristo,
exposto com os acentos próprios do Apóstolo das Gentes. No Novo Testamento o
termo Evangelho não se refere ao Evangelho escrito.
9 «Cadeias
como um malfeitor». Segundo a opinião corrente, S. Paulo está no 2.º cativeiro
romano, pelo ano 67, no fim da sua vida, em plena perseguição de Nero contra os
cristãos, considerado pelo historiador pagão, Suetónio (Vida dos 12
imperadores, Nero, 16), como pertencentes a uma «superstição nova e maléfica».
Aclamação ao
Evangelho
Ap. 2, l0c
Monição:
Devemos manifestar ao Senhor um coração agradecido, especialmente pelo dom da
Sua Palavra.
Façamo-lo,
cantando aleluia.
ALELUIA
Permanece fiel
até à morte, diz o Senhor, e dar-te-ei a
coroa da vida.
Evangelho
Lucas 17,
11-19
Naquele tempo,
11indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. 12Ao
entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. 13Conservando-se a
distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». 14Ao
vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no
caminho ficaram limpos da lepra. 15Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás,
glorificando a Deus em alta voz,16e prostrou-se de rosto por terra aos pés de
Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. 17Jesus, tomando a palavra, disse:
«Não foram dez que ficaram curados? Onde estão os outros nove? 18Não se
encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?» 19E
disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».
Os Sinópticos
referem a cura de leprosos, mas só Lucas relata o episódio da cura dos dez
leprosos, que condiz bem com a sua visão universalista da salvação, ao registar
que o curado agradecido era um samaritano.
12 «Conservando-se
a distância». A própria Lei prescrevia, a fim de evitar o contágio, o
isolamento do doente (cf. Lv 13, 45-46) e também um certificado de cura passado
pelos sacerdotes (cf. Lv 14, 2 ss), a fim de poder vir a ser reintegrado no
convívio social.
17 «Onde estão
os outros nove?» O relato deixa ver que Jesus não os curou logo e manda-os ir
pedir o certificado da cura ainda antes de curados. Assim é posto em evidência
o seu exemplo de fé, mas a verdade é que só um – e o mais desprezível, pois era
samaritano – é quem deu exemplo de gratidão. Lucas, ao pôr em relevo a gratidão
dum estrangeiro, também deixa ver a finíssima sensibilidade do Coração de
Cristo, que fica contente com o agradecimento deste, e dorido com a ingratidão
dos outros nove, que não estiveram para ter a maçada de voltar atrás para
agradecer a cura.
Sugestões para
a homilia
– A virtude
humana da gratidão
A gratidão dos
filhos de Deus
Como agradecer
ao Senhor
– Deus ama a
virtude da gratidão
A nossa
gratidão
Expressões de
gratidão
A família,
escola de gratidão
Eucaristia,
escola de agradecimento
Introdução
O general
Naamã é miraculosamente curado da lepra por intercessão do profeta Eliseu e
quer oferecer-lhe vários presentes, em agradecimento da grande graça alcançada:
vestidos, dinheiro e outras ofertas.
A lepra não
tinha cura e levava a uma segregação social completa: aquele que fosse
acometido desta doença devia abandonar a casa e a família e vaguear pelos
montes, sem se poder aproximar das outras pessoas.
Eliseu, porém,
recusa-se a aceitar qualquer presente como agradecimento pela cura do general:
O que tinha acontecido fora obra de Deus e não dele.
Então, Naamã
pede para levar terra de Israel para sobre ela levantar um altar e prestar
culto ao único Deus verdadeiro: o Deus de Israel. Foi o modo mais perfeito que
encontrou de ser agradecido.
O general da
Síria – Naamã – aparece no AT como um exemplo a imitar na virtude da gratidão.
A gratidão dos
filhos de Deus. Agradecer é, antes de mais, um acto de verdade: reconhecer o
benefício recebido. Foi a primeira atitude deste general do AT: aceitar que
tinha recebido uma graça, um favor.
Sentir a
necessidade de manifestar os nossos sentimentos de amizade e benevolência para
quem nos fez bem é outra exigência. Não é o que se dá que tem valor – se é dado
como uma esmola a um pobre oportuno – mas os sentimentos de alegria, de
amizade, de carinho humano que acompanham esse gesto.
Como agradecer
ao Senhor. Mais do que velas, romarias, voltas de joelhos e outras ofertas,
Deus quer que nos aproximemos d’Ele. Uma ida a Fátima ou a qualquer outro
Santuário, deve levar-nos a aumentar a nossa amizade e intimidade com Ele.
Não se trata
de pagar promessas, como quem arruma de vez um negócio, mas mudar de vida. Isto
é o mais difícil para nós: a conversão pessoal, a mudança de vida, o propósito
de lutar contra um determinado defeito.
Este homem do
AT abandona o paganismo com todos os erros, defeitos e pecados, e volta-se
decisivamente para o Deus verdadeiro. Nós temos necessidade de realizar este
gesto. Se o Senhor nos concedeu uma graça, espera agora uma amizade maior da
nossa parte.
2. Deus ama a
virtude da gratidão
Jesus cura dez
leprosos: nove eram judeus – os homens da fidelidade à Lei – e um era
samaritano – os samaritanos eram considerados infiéis à Lei.
Estava
preceituado na Lei de Moisés – para evitar enganos ilusórios – que se uma
pessoa achasse que tinha sido curada da lepra, devida ser examinada pelos
sacerdotes do templo de Jerusalém os quais lhe passavam um comprovativo da
cura, podendo então regressar à sua família e ao convívio social.
Os nove judeus
limitaram-se a cumprir o que estava prescrito pela Lei, e não se lembraram de
agradecer a Quem lhes concedera uma graça tão grande. Limitaram-se – diríamos
em linguagem de hoje – a pagar a promessa.
O samaritano
voltou para trás, prostrou-se diante de Jesus para Lhe agradecer, e recebeu o
dom da fé em, Jesus Cristo: «Vai. A tua fé te salvou!»
A nossa
gratidão. Recebemos ajudas de muitas pessoas todos os dias. O pagar – mesmo
quando nos cobram dinheiro – não é tudo.
Além disso há
muita gente que cuida de nós: em casa, nas repartições públicas, na Igreja,
etc.
Em geral,
somos muitos exigentes, reclamamos, convencidos de que nunca nos tratam como
merecemos, mas raramente nos lembramos de agradecer.
Por vezes, em
casa, no serviço humilde e silencioso que nos prestam, nunca nos lembramos de
dizer um muito obrigado, que está bem. Que ficamos contentes e ficamos
agradecidos.
Quando nos
pronunciamos, é para protestar, porque nos aprece que merecemos sempre muito
mais: Acontece na vida de família, nos serviços que as pessoas da Igreja nos
prestam ou quando recebemos uma pequena atenção.
Certa mãe
incansável, trabalhava de manhã à noite, apresentava pontualmente as refeições
preparadas com todo o carinho e tratava cuidadosamente das roupas. No entanto,
só recebia queixas, protestos pelo seu trabalho silencioso, e não ouvira ainda
uma palavra de agradecimento.
Um dia,
resolver dar uma lição a toda a família. Quando todos chegaram à sala de jantar
para o almoço, encontraram nos pratos… um pequeno molho de palha!
Levantou-se um
protesto geral em todos: «Que brincadeira é esta?»
Então a mãe,
com voz firme, explicou: «Até que enfim! É a primeira vez que dizeis alguma
coisa sobre o meu trabalho! Tenho servido a todos e só recebo queixas!»
Diz a história
que passaram todos ser mais delicados e até a colaborar nas tarefas domésticas.
A gratidão
manifesta humildade e delicadeza de consciência e ajuda-nos a reparar no bem
que nos fazem.
Expressões de
gratidão. Podemos manifestar a nossa gratidão com um simples muito obrigado,
com um sorriso de satisfação, mostrando que gostamos da ajuda prestada.
(Quantas vezes a esposa prepara com todo o carinho uma refeição para uma festa
do marido, de um filho, e não chega a saber se gostaram ou não do que
preparou).
Os textos da
Liturgia da Palavra ajudam-nos a compreender em que se resume estar agradecido:
ficarmos mais amigos que pessoa que nos concedeu o benefício.
Quando
recebemos uma graça de Deus – por intermédio de Nossa Senhora, de um Anjo ou de
um santo, agradeçamo-la, mas fiquemos ainda mais amigos, mais corajosos para
crescer em santidade.
A família,
escola de gratidão. É a mãe a grande educadora dos sentimentos dos filhos. Ela
está ali ao lado para, quando algum oferece um mimo ao filho pequenino, lhe
perguntar: «Como é que se diz?»
É bom que vá
chamando a atenção para o que os filhos vão recebendo em casa, para que se
tornem pessoas agradecidas, delicadas.
Quando nos
dirigimos à igreja, a uma repartição pública, mostremos que gostámos da atenção
ou serviço recebido.
Já nos
lembramos de agradecer ao Senhor uma refeição que nos soube bem, mais um dia de
vida com saúde ou com doença, o ter-nos livrado de um perigo?
Na verdade,
devíamos viver em acção de graças constante, como as crianças que agradecem na
sua linguagem: «Que bom que és!»
Eucaristia,
escola de agradecimento. A Igreja é a família dos filhos de Deus na terra e,
como tal, uma escola também de gratidão.
A Eucaristia
significa precisamente a acção de graças de Cristo ao Pai, na qual a todos nos
associa.
O Senhor
reúne-nos na Santa Missa, para, unidos a Ele, agradecermos ao Pai todos os
benefícios recebidos.
Havemos de
agradecer especialmente a Sua vinda a nós, pela Sagrada Comunhão,
recolhendo-nos uns momentos para Lhe dizermos isto mesmo.
Fala o Santo
Padre
«É a fé que
salva o homem, restabelecendo-o na sua relação profunda com Deus»
O Evangelho
deste domingo apresenta Jesus que cura dez leprosos, dos quais só um,
samaritano e portanto estrangeiro, volta para lhe agradecer (cf. Lc 17, 11-19).
A ele o Senhor diz: «Levanta-te e vai. Salvou-te a tua fé» (Lc 17, 19). Esta
página evangélica convida-nos a uma dupla reflexão.
Antes de tudo
faz pensar em duas grandes curas: uma mais superficial, refere-se ao corpo; a
outro, mais profunda, toca o íntimo da pessoa, o que a Bíblia chama «coração»,
e dali irradia-se a toda a existência. A cura completa e radical é a «salvação».
A mesma linguagem comum, distinguindo entre «saúde» e «salvação», ajuda-nos a
compreender que a salvação é muito mais que a saúde: de facto, é uma vida nova,
plena, definitiva. Além disso, aqui Jesus, como noutras ocasiões, pronuncia a
expressão: «Salvou-te a tua fé». É a fé que salva o homem, restabelecendo-o na
sua relação profunda com Deus, consigo mesmo e com os outros; e a fé
expressa-se no reconhecimento.
Quem, como o
samaritano curado, sabe agradecer, demonstra que não considera tudo como um direito,
mas como um dom que, também quando chega através dos homens ou da natureza,
provém ultimamente de Deus. Portanto a fé exige que o homem se abra à graça do
Senhor; reconheça que tudo é dom, tudo é graça. Que tesouro se esconde numa
pequena palavra: «obrigado!».
Jesus cura dez
doentes de lepra, enfermidade que na época era considerada uma «impureza
contagiosa» que exigia uma purificação ritual (cf. Lv 14, 1-37). Na realidade,
a lepra que deturpa realmente o homem e a sociedade é o pecado; são o orgulho e
o egoísmo que geram no espírito humano indiferença, ódio e violência. Esta
lepra do espírito, que desfigura o rosto da humanidade, só Deus, que é Amor, a
pode curar. Abrindo o coração a Deus, a pessoa que se converte é curada
interiormente do mal.
«Convertei-vos
e acreditai no Evangelho» (cf. Mc 1, 15). Jesus iniciou a sua vida pública com
este convite, que continua a ressoar na Igreja, a ponto que também a Virgem
Santíssima nas suas aparições especialmente dos últimos tempos, renovou sempre
este apelo. Hoje, pensamos em particular em Fátima onde, há precisamente 90
anos, de 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917, a Virgem apareceu aos três pastorinhos:
Lúcia, Jacinta e Francisco.
[…] Pedimos a
Nossa Senhora o dom de uma verdadeira conversão para todos os cristãos, para
que seja anunciado e testemunhado com coerência e fidelidade a perene mensagem
evangélica, que indica à humanidade o caminho da paz autêntica.
Bento XVI,
Angelus, 14 de Outubro de 2007