RITOS INICIAIS
Salmo 16,
6.8.9
ANTÍFONA DE
ENTRADA: Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco, ouvi a minha voz, escutai as
minhas palavras. Guardai-me dos meus inimigos, Senhor. Protegei-me à sombra das
vossas asas.
Introdução ao
espírito da Celebração
A liturgia de
hoje convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima,
um diálogo insistente: só dessa forma será possível ao crente aceitar os
projectos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos,
acreditar no seu amor.
ORAÇÃO
COLECTA: Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao
vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso coração.
Por Nosso Senhor…
LITURGIA DA
PALAVRA
Primeira
Leitura
Monição: A
primeira leitura dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo
servindo-se, muitas vezes, da acção do homem; mas, para que o homem possa
ganhar as duras batalhas da existência, ele tem que contar com a ajuda e a
força de Deus… Ora, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com
Deus.
Êxodo 17, 8-13
8Naqueles
dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel. 9Moisés disse a Josué: «Escolhe
alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da
colina, com a vara de Deus na mão». 10Josué fez o que Moisés lhe ordenara e
atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina. 11Quando
Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; 12mas quando as
deixava cair, tinha vantagem Amalec. Como as mãos de Moisés se iam tornando
pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se
sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim
se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol 13e Josué desbaratou Amalec
e o seu povo ao fio da espada.
O livro do
Êxodo não cessa de exaltar a Providência divina em favor do povo que, liberto
da opressão do Egipto, é guiado a caminho da terra prometida; não só o alimenta
e lhe mata a sede, como também o livra das mãos dos inimigos.
8 «Amalec»,
isto é, os amalecitas, um tradicional inimigo de Israel, espalhado pelo norte
do Sinai e a sul do Négueb, até aos tempos de Ezequias, em que foi
completamente apagada a sua memória (cf. v. 14). Aqui aparecem como um grupo
inimigo, que disputaria os escassos oásis do deserto com as suas fontes e
pastagens. «Refidim», lugar incerto a SW da península do Sinal, um lugar de
passagem dos israelitas a caminho do monte Horeb (Sinai).
9 «Com a vara
de Deus na mão…» Alguns pensam, e com razão, que Moisés, no cimo do monte, não
se limitou a rezar de braços abertos, mas que, com a vara, ia fazendo sinais
para a planície, a fim de Josué conduzir bem o combate. De qualquer modo, ao
lermos o Êxodo, é contraproducente fixarmo-nos no rigor histórico dos relatos,
embora estes tenham atrás de si tradições de valor. Queremos chamar a atenção
para o perene valor paradigmático do gesto de Moisés. Ele torna-se uma imagem
de Cristo mediador e do valor da oração de intercessão. Os Padres vêem na vara
de Moisés uma figura da Cruz, que vence os inimigos do homem: demónio, o pecado
e a morte. Por outro lado, também se pode ver, nas figuras de Aarão e Hur, o
poder religioso, e, em Josué, o poder político-militar, ambos os poderes
concentrados em Moisés, que haveriam de vir a diversificar-se.
Salmo
Responsorial Sl 120 (121), 1-8 (R. cf. 2)
Monição:
Sabemos que o Senhor não abandona os que n’Ele confiam. A sua misericórdia
corresponde à nossa esperança.
Refrão: O
NOSSO AUXÍLIO VEM DO SENHOR,
QUE FEZ O CÉU
E A TERRA.
Levanto os
meus olhos para os montes:
donde me virá
o auxílio?
O meu auxílio
vem do Senhor,
que fez o céu
e a terra.
Não permitirá
que vacilem os teus passos,
não dormirá
Aquele que te guarda.
Não há-de
dormir nem adormecer
Aquele que
guarda Israel.
O Senhor é
quem te guarda,
o Senhor está
a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te
fará mal durante o dia,
nem a lua
durante a noite.
O Senhor te
defende de todo o mal,
o Senhor vela
pela tua vida.
Ele te protege
quando vais e quando vens,
agora e para
sempre.
Segunda
Leitura
Monição: A
segunda leitura apresenta uma outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e
o homem: a Escritura Sagrada. Sendo a Palavra com que Deus indica aos homens o
caminho da vida plena, ela deve assumir um lugar preponderante na experiência
cristã.
2 Timóteo 3,
14 – 4, 2
Caríssimo:
14Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o
aprendeste. 15Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem
dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. 16Toda a
Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e
formar segundo a justiça. 17Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado
para todas as boas obras. 4,1Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que
há-de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
2Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça
e exorta, com toda a paciência e doutrina.
A leitura
contém o texto clássico da inspiração da Sagrada Escritura (v. 16) e um apelo
formal e solene à pregação do Evangelho, com o recurso a uma fórmula jurídica
semelhante à dos testamentos greco-romanos, de modo a que o herdeiro fique
obrigado a cumprir a vontade do testador (4, 1: «conjuro-te» – diamartyromai).
16 «Toda a
Escritura, inspirada por Deus, é útil…» (outra tradução possível: «toda a
Escritura é inspirada por Deus e também é útil…). A Igreja sempre entendeu e
ensinou que: «Todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento, com
todas as suas partes, foram escritos sob a inspiração do Espírito Santo e, por isso,
têm a Deus como autor e, como tais, foram confiados à Igreja» (Vaticano II, DV
11). Na tradução litúrgica, aparece a inspiração da S. E., – uma interacção
divino-humana, um verdadeiro mistério pertencente à ordem sobrenatural – como
uma afirmação indirecta, pois o acento é posto na sua utilidade sobrenatural:
dar a sabedoria que leva à salvação (v. 15), «ensinar, persuadir, corrigir e
formar segundo a justiça» (v. 16), e levar à santidade de vida de um homem de
Deus perfeito (v. 17).
Aclamação ao Evangelho
Hebr 4, 12
Monição: O
Evangelho sugere que Deus não está ausente, nem fica insensível diante do
sofrimento do seu Povo. Os crentes devem descobrir que Deus os ama e que tem um
projecto de salvação para todos os homens; e essa descoberta só pode fazer-se
através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.
ALELUIA
A palavra de
Deus é viva e eficaz,
pode discernir
os pensamentos e intenções do coração.
Evangelho
Lucas 18, 1-8
1Naquele
tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar
sempre sem desanimar: 2«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem
respeitava os homens. 3Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e
lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. 4Durante muito tempo ele
não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus
nem respeito os homens; 5mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe
justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». 6E o Senhor
acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… 7E Deus não havia de fazer
justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los
esperar muito tempo? 8Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas
quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»
O tema central
deste e do próximo domingo é o da oração. A parábola do juiz iníquo, exclusiva
de Lucas, o evangelista da oração, é muito expressiva para mostrar a eficácia
da oração e a necessidade que temos de insistir. Esta insistência não é para
convertermos Deus, mas para nós nos convertermos a Ele, para nos abrirmos aos
dons que Ele tem para nos dar, para nos colocarmos no nosso lugar de criaturas
necessitadas de Deus. Compreende-se assim que Ele não nos dispense de clamar
dia e noite e de «orar sempre sem desanimar» (v. 1).
7 «E Deus não
havia de fazer justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite?» O
contraste estabelecido pelo Senhor é flagrante. Como é que Deus não há-de
escutar os nossos pedidos, sendo Ele um Pai amorosíssimo e infinitamente bom? A
verdade é que não nos dispensa de clamar dia e noite e de «orar sempre sem
desanimar» (v. 1).
8 «O Filho do
homem encontrará fé sobre a terra? Para rezar e ser atendido é preciso fé,
dessa «fé que transporta montanhas» (cf. Mt 17, 20). A falta de fé prevista
para o fim dos tempos (cf. Mt 24, 10-12; 2 Tes 2, 3-5; 1 Tim 4, 1-3; 2 Tim 3,
1-9) não se revela só na negação das verdades reveladas por Deus, mas na perda
do sentido da fé a nortear a vida.
Sugestões para
a homilia
A dificuldade
de orar num mundo marcado pela injustiça
Uma nova
imagem de Deus
«É pela vossa
perseverança que alcançareis a vossa salvação». (Lc 21,19)
A dificuldade
de orar num mundo marcado pela injustiça
Jesus propôs a
parábola para convidar os seus discípulos a não desanimarem no seu propósito de
implantar o reino de Deus no mundo. Para isso deveriam ser constantes na
oração, como o fora a viúva em pedir justiça até que fosse atendida por aquele
juiz que se fazia de surdo para não escutar a sua súplica. E a sua constância
alcançou-lhe a justiça.
Esta parábola
do evangelho tem um final feliz, como tantas outras, embora nem sempre assim
aconteça na vida real. Porque é que tanta gente morre sem que se lhe faça
justiça, apesar de suplicar a Deus com frequência? Quantos mártires esperaram
em vão a intervenção divina no momento do seu julgamento? Quantos pobres lutam
para sobreviver sem que ninguém lhes faça justiça? Quantos crentes perguntam
até quando vai durar o silêncio de Deus, quando é que Ele vai intervir neste
mundo de desordem e injustiça legalizada? Como é que o Deus do amor e da paz
permite guerras tão sangrentas e cruéis, a demente carreira de armamentos, ou o
desperdício de recursos para a destruição do meio ambiente, a existência de um
terceiro mundo que desfalece de fome, a consolidação dos desníveis de vida
entre países e cidadãos?
Perante tanto
sofrimento, para o cristão fica cada vez mais difícil rezar, entrar em diálogo
com esse Deus a quem Jesus chama de «Pai», para pedir-lhe que «venha a nós o
teu reino». Atravessado pela noite escura deste mundo, pela injustiça
estrutural, fica cada dia mais difícil acreditar nesse Deus apresentado como
omnipresente e omnipotente, que faz justiça perante o opressor e protege os oprimidos.
Uma nova
imagem de Deus
Mas talvez
seja necessário apagar essa imagem de Deus que, de facto, não corresponde às
páginas evangélicas. Porque, lendo-as, tem-se a impressão de que Deus não é nem
omnipotente nem impassível, mas sim frágil, sofredor, «padecente»; o Deus
cristão revela-Se mais dando a vida que impondo uma determinada conduta aos
seres humanos, está no meio da luta dos seus pobres e não à cabeça dos
poderosos.
O cristão,
consciente da companhia de Deus no seu caminho para a justiça e a fraternidade,
não deve desfalecer, mas insistir na oração, pedindo força para perseverar até
implantar o Seu reino num mundo onde dominam outros senhores. Neste caso, só a
oração o manterá na esperança.
Até que este
reino divino seja implantado, a situação do cristão no mundo assemelhar-se-á
com aquela descrita por Paulo na carta aos Coríntios: «Somos atribulados por
todos os lados, mas não desanimados; somos postos em extrema dificuldade, mas
não somos vencidos por nenhum obstáculo; somos perseguidos, mas não
abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Sem cessar e por toda
parte, levamos em nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que também a vida de
Jesus se manifeste em nosso corpo» (2 Cor 4, 8-10).
Não estamos
abandonados das mãos de Deus. Pela oração sabemos que Deus está connosco. E
isto basta-nos para continuarmos insistindo sem desfalecer.
«É pela vossa
perseverança que alcançareis a vossa salvação». (Lc 21, 19)
O importante é
a constância, a perseverança. Moisés teve essa experiência. Enquanto rezava,
com as mãos elevadas no alto do monte, Josué ganhava a batalha; quando as
abaixava, isto é, quando deixava de rezar, os amalecitas, seus adversários,
venciam. Os companheiros de Moisés, conscientes da eficácia da oração, ajudavam-no
para não desfalecer, sustentando-lhe os braços para que não deixasse de orar. E
assim esteve – com os braços erguidos, isto é, orando insistentemente –, até
que Josué vencesse os amalecitas. De modo simples ressalta-se neste texto a
importância de permanecer em oração, de insistir perante Deus.
Na segunda
leitura, Paulo também recomenda a Timóteo para ser constante, permanecendo no
que ele aprendeu nas Sagradas Escrituras, de onde se obtém a verdadeira
sabedoria que, pela fé em Cristo Jesus, conduz à salvação. O encontro do
cristão com Deus deve realizar-se através da Escritura, útil para ensinar,
repreender, corrigir e educar na virtude. Deste modo, estaremos equipados para
realizar toda a boa obra. O cristão deve proclamar esta palavra, insistindo a tempo
e a fora de tempo, repreendendo e reprovando a quem não a leva em consideração,
exortando a todos, com paciência e com a finalidade de instruir no verdadeiro
caminho que por ela nos é revelado.
Trilhando este
caminho, viveremos em pleno o desafio missionário que a Igreja confere a cada
cristão no dia do seu baptismo, renovado em cada dia por um compromisso fiel e
feliz com Cristo, com a Igreja e com o mundo do nosso tempo.
Que a Virgem
Maria, Mãe de Deus e nossa, faça de cada um de nós verdadeiros missionários e
nos ajude a perceber que «é pela perseverança que alcançaremos a salvação» (cf.
Lc 21, 19).
LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE
AS OBLATAS: Fazei, Senhor, que possamos servir ao vosso altar com plena
liberdade de espírito, para que estes mistérios que celebramos nos purifiquem
de todo o pecado. Por Nosso Senhor…
SANTO: Az.
Oliveira, NRMS 50-51
Monição da
Comunhão
«Nem só de pão
vive o homem mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4).
Salmo 32,
18-19
ANTÍFONA DA COMUNHÃO:
O Senhor vela sobre os seus fiéis, sobre aqueles que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas, para os alimentar no tempo da fome.
Ou: Mc 10, 45
O Filho do
homem veio ao mundo para dar a vida pela redenção dos homens.
ORAÇÃO DEPOIS
DA COMUNHÃO: Concedei, Senhor, que a participação nos mistérios celestes nos
faça progredir na santidade, nos obtenha as graças temporais e nos confirme nos
bens eternos. Por Nosso Senhor…
RITOS FINAIS
Monição final
Levar a
Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo. Ao longo
da semana que se segue, procuremos rezar e meditar algumas frases da Palavra
deste Domingo, procurando transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro
encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos
percorridos da vida.
HOMILIAS
FERIAIS
29ª SEMANA
2ª Feira: S.
Lucas: O contributo de S. Lucas.
2 Tim 4, 9-17
/ Lc 10, 1-9
Escolhestes S.
Lucas para revelar, com a sua palavra e com os seus escritos, o mistério do
vosso amor pelos pobres.
S. Lucas
transmitiu-nos, com a sua palavra e com os seus escritos (Oração), os
ensinamentos de Jesus (Evangelho) e a vida da primitiva cristandade (Actos dos
Apóstolos). Acompanhou igualmente S. Paulo nas suas viagens apostólicas,
encontrando-se a seu lado na prisão em Roma (Leit.).
A ele devemos
um melhor conhecimento da vida de Jesus, especialmente da sua infância; de
algumas parábolas específicas (o filho pródigo, o bom samaritano, etc). Dele
também ficámos com mais algumas referências à vida de Nossa Senhora, junto dos
Apóstolos e dos primeiros cristãos.
3ª Feira: Deus
bate à nossa porta.
Ef 2, 12-22 /
Lc 12, 35-38
Em Cristo,
qualquer construção bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor.
«A Igreja é
também muitas vezes chamada construção de Deus. O próprio Cristo se comparou à
pedra que os construtores rejeitaram e que se tornou pedra angular (Leit.)»
(CIC, 756). E cada um de nós também está integrado na construção (Leit.).
Para isso,
precisamos estar muito vigilantes. O Senhor vai bater à nossa porta (Ev.), no
momento da nossa morte e em muitos momentos do dia, para nos perguntar como
santificamos o nosso trabalho, como vivemos a vida familiar, como vivemos cada
um dos encontros com Ele, por exemplo, na Eucaristia, na oração, etc. Pedimos a
ajuda da nossa Mãe: Rogai por nós agora e na hora da nossa morte.
4ª Feira:
Atitude vigilante nos acontecimentos normais.
Ef 3, 2-12 /
Lc 12, 39-48
Feliz daquele
servo a quem, o Senhor ao chegar, assim achar fazendo. Em verdade vos digo:
há-de pô-lo à frente de todos os seus bens.
A vigilância
que o Senhor nos pede está nas pequenas actividades de cada dia: vencer a
preguiça ao levantar, cumprir o horário de trabalho, não perder demasiado tempo
em programas de TV inúteis, entrar em casa com um sorriso, etc. Também se
poderia concretizar em termos mais confiança em Deus: «na coragem de nos
aproximarmos de Deus com toda a confiança» (Leit.).
«Por cada
vitória contra os pequenos inimigos, colocaremos uma pedra preciosa na coroa de
glória que o Senhor preparou para nós» (S. Francisco de Sales). Assim foi
coroada Nª Senhora pela sua vida corrente de cada dia em Nazaré.
5ª Feira: A
energia transformadora do Espírito Santo.
Ef 3, 14-21 /
Lc 12, 49-53
Eu vim trazer
fogo sobre a terra e só quero que ele seja ateado.
«O fogo!
Simboliza a energia transformadora dos actos do Espírito Santo… aquele Espírito
do qual Jesus disse: ‘Eu vim lançar fogo à terra’ (Ev.)» (CIC 696).
Pedimos a Deus
que o fogo do seu amor robusteça a nossa alma: «Ele vos dará, por meio do seu
Espírito, a força de vos tornardes robustos no que há de mais íntimo em vós»
(Leit.). E cada um de nós há-de ser igualmente fogo, para transmitir aos outros
«a largura, o comprimento e a altura e a profundidade deste mistério (Cristo
que habita pela fé nos nossos corações)» (Leit.). Recordemos a acção do
Espírito sobre Nª Senhora e os Apóstolos no dia de Pentecostes.
6ª Feira:
Alguns sinais dos tempos.
Ef 4, 1-6 / Lc
12, 54-59
Hipócritas,
sabeis apreciar o aspecto da terra e do céu; mas este tempo, como é que não o
apreciais?
«O homem
esforça-se por interpretar os dados da experiência e os sinais dos tempos
(Ev.), graças à virtude da prudência, aos conselhos de pessoas sensatas e à
ajuda do Espírito Santo e dos seus dons» (CIC, 1788).
Um dos sinais
dos nossos tempos é recuperar a unidade de todos os cristãos e de todo o género
humano: «Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo. Há um só Deus e
Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos se encontra»
Leit.)». E a Igreja é como o sacramento ou sinal da unidade de todo o género
humano (J. Paulo II). Maria, Mãe da Igreja, obtém-nos este dom da unidade.
Sábado: Uma
vida cheia de bons frutos.
Ef 4, 7-16 /
Lc 13, 1-9
Certo homem
tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar fruto a essa figueira,
mas não o encontrou.
O Senhor
espera encontrar em nós frutos abundantes. Para isso, precisamos fazer um pouco
de exame sobre a nossa vida, ver o que podemos melhorar e recomeçarmos: «Eu,
entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar fruto
no futuro» (Ev.). Assim chegaremos ao estado do homem adulto, à medida da
estatura de Cristo na sua plenitude (Leit.).
Em Nossa Senhora
encontrou Deus o fruto bendito do seu ventre: «graças a Maria todas as nações
recebem Aquele que é a própria bênção de Deus: Jesus, bendito fruto do vosso
ventre» (CIC, 2676).
Celebração e
Homilia: NUNO WESTWOOD
Nota
Exegética: GERALDO MORUJÃO
Homilias
Feriais: NUNO ROMÃO
Sugestão
Musical: DUARTE NUNO ROCHA