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A Intercessão
de Maria
O dia 12 de
outubro vem lembrar a todos os brasileiros que a devoção à Senhora Aparecida
está impregnada da certeza da proteção da Mãe de Cristo e de que Ela intercede
por nós, seus filhos.
A Palavra de
Deus (Ester 5, 1-2; 7,2-3) fala-nos da rainha Ester que se aproxima suplicante
do grande rei, e este põe à sua disposição todo o seu poder. Diz o texto
bíblico: “Então, qual o teu pedido, Ester, para que seja atendido? Que queres
que eu te faça? Repito: Mesmo se pedires a metade do meu reino, tu a
alcançarás! Ela respondeu: Se encontrei graça a teus olhos, ó rei, e se te
agrada, concede-me a vida, pela qual suplico, e a vida do meu povo, pelo qual
te peço” ( Ester 7, 2b-3). Para nós é muito fácil perceber nesta rainha do
Antigo Testamento a prefiguração da Rainha dos Céus, intercedendo junto de Deus
por nós, que somos seu povo e seus filhos. Confiamos à intercessão de Maria as
nossas necessidades, quer sejam pequenas, quer nos pareçam muito grandes, as da
nossa família, da Igreja e da sociedade. Diante de Deus, Maria se referirá a
nós dizendo que este é o meu povo, pelo qual intercedo.
No Evangelho
(Jo 2,1-11) encontramos o primeiro milagre que Jesus fez, à pedido de sua mãe,
em Caná da Galiléia. Numa festa de casamento, Maria estava presente, como
também Jesus e os seus primeiros discípulos.
Maria, durante
a festa, enquanto presta a sua ajuda, percebe o que se passa. Jesus está no
inicio de seu ministério público.
A Mãe chega
para o Filho e lhe diz: “Eles não têm mais vinho!”( Jo, 2,3). É interessante:
Maria pede sem pedir, expondo uma necessidade. E desse modo nos ensina a pedir.
Jesus
responde-lhe: “Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não
chegou”.(Jo 2, 4). Parece que Jesus vai negar à sua Mãe o que Ela lhe pede. Mas
a Virgem, que conhece bem o coração do seu Filho, comporta-se como se tivesse
sido atendida e pede aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” ( Jo 2,
5).
Maria é uma
Mãe atentíssima a todas as nossas necessidades, de uma solicitude que mãe
alguma sobre a terra jamais teve ou terá. O milagre acontecerá porque Ela
intercedeu; só por isso.
Em Caná,
ninguém pede à Virgem Maria que interceda junto do seu Filho pelos consternados
esposos.
Se a Senhora
procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que teria feito se lhe tivessem
pedido que interviesse? Que não fará quando- tantas vezes ao longo do dia!- lhe
dizemos “ rogai por nós”? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela?
O Papa São
João Paulo II, referindo-se a Maria dizia ser a Onipotência suplicante! Assim a
chamou a piedade cristã, porque o seu Filho é Deus e não lhe pode negar nada.
Deveríamos
suplicar o seu socorro com mais frequência!
Depois que os
serventes encheram as talhas de água, disse-lhes Jesus: “Agora, tirai e levai
ao encarregado da Festa” (Jo 2, 8). E o vinho foi o melhor de todos os que os
convidados beberam. As nossas vidas, tal como a água, eram também insípidas e
sem sentido até que Jesus chegou a elas. Ele transforma o nosso trabalho, as
nossas alegrias, as nossas penas; a própria morte se torna diferente junto de
Cristo.
O Senhor só
espera que cumpramos os nossos deveres, até à borda, acabadamente, para depois
realizar o milagre.
“Enchei as
talhas de água”, diz-nos o Senhor. Não permitamos que a rotina, a impaciência e
a preguiça nos façam deixar pela metade a realização dos nossos deveres
diários.
Jesus não nos
nega nada; e concede-nos de modo particular tudo o que lhe pedimos através de
sua Mãe.
Hoje a Mãe de
Jesus e nossa continua a nos dizer: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Foram as
últimas palavras de Nossa Senhora registradas no Evangelho. E não poderiam ter
sido melhores.
Com as
palavras de São João Paulo II, recorremos hoje a Nossa Senhora Aparecida,
pedindo-lhe que nos ensine o caminho da esperança.
Rezou o Santo:
“Não cesseis, ó Virgem Aparecida, pela vossa mesma presença, de manifestar
nesta terra que o Amor é mais forte que a morte, mais poderoso que o pecado!
Não cesseis de mostrar-nos Deus, que amou tanto o mundo, a ponto de entregar o
seu Filho Único, para que nenhum de nós pereça, mas tenha a vida eterna! Amém!
(São João Paulo II, Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, 4/7/1980).